A arquitetura e o urbanismo do século XXI deveriam estar baseados na consideração do ser humano em primeiro lugar, percebendo que estamos construindo num mundo fágil. Por isso, sustentabilidade tem a ver com a história da configuração da cidade. É necessário conhecer em detalhe o lugar da intervenção e seu entorno. Entender a importância dos lugares constituídos historicamente no processo de acumulação e sedimentação, que é um dos fatores pelos quais as cidades históricas resultam tão cativantes. O fato de que elas não foram projetadas, mas construídas sobre inúmeras histórias, que é necessário analisar e compreender para poder intervir consistentemente nelas. Alguns critérios de sustentabilidade são: 1- Configuração de ambiências urbanas com presença estruturante da vegetação (preservada ou incorporada pelo projeto) e combinatória de tipologias de unidades habitacionais expansíveis com pequenos espaços coletivos de escala adequada, e massificação livre de acordo com o contexto; 2- Reciclagem de edificações e espaços existentes; 3- Ventilação natural, captação de água de chuva, uso de energia solar e de energia eólica, reutilização de águas cinzas; 4- Sombreamento sobre fachadas e calçadas, e vegetação nos pátios, nas edificações e nas unidades habitacionais; 5- Reciclagem de materiais, e combinação de técnicas construtivas tradicionais e de ponta; tratamento adequado do lixo; 6- Utilização de tijolos ecológicos e materiais derivados de matérias primas renováveis; 7- Incorporação de jardins urbanos produtivos; 8- Captação da energia solar para aquecimento de água domiciliar e iluminação de espaços coletivos nas edificações de interesse social; 9- Implantação de usinas de biodiesel nos bairros; 10- Incorporação de vegetação para amenização climática e visual, e como "diafragma verde".
Jorge Mario Jáuregui
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