Poesia Paulista
 


das janelas do apartamento 292 do andar número 29 do Copan, a gente tem uma “visão” do grandioso, da multiplicidade...

Sobre tudo a visão noturna, a “máquina de habitar” iluminada, os “milhões de mundos”, o ilimitado, o sem limite; multiplicação... o abigarrado...

E as artérias, os vasos comunicantes desse corpo gigante; o movimento iluminado...

A ideia de um “todo”, de um enorme conjunto. O macro; infinito... onde a terra se junta com o céu...

Essa é uma das percepções.

Poesia “de conjunto”; números infinitos...

Sem escala... cidade viva 24/7

“a dura poesia...” de que fala Caetano

E depois, o fragmento...

A rua da Escola da Cidade desde o boteco em frente, olhando no sentido contrário ao fluxo do trânsito.

Horizontalidade e verticalidade...

Mas também o “enviesado”, os prédios do final da rua...

Linhas, superfícies, volumes...

O reto e o arredondado (o edifício Itália)

E a suave presença da vegetação, das árvores na calçada...

E na minha visita no 11 de setembro de 2019, a presença florida do ipê branco na entrada da Escola. Flores brancas na árvore (parecia nevada) e o tapete branco no chão...

Pura poesia paulista...

Sampa...

(E depois, e junto com isso... gente abandonada nas calçadas... as periferias tristes... a falta de urbanidade para todos...)

 

Jorge Mario Jáuregui