Na linha oposta à tendência segregacionista que separa espaços, ruas, setores urbanos, edificações e até "conjuntos habitacionais de interesse social" em "condomínios fechados", hoje é justamente o contrário o que precisamos nas grandes metrópoles. Lugares para a convivência das diferenças materializando a "terapêutica política" de que falava Jaques Derrida. Precisamos de bairros e cidades abertas onde as pessoas estejam receptivas para absorver novas ideias e formas de convívio social menos individualista e mais solidário. O mundo sofre de intolerância e segregação, que aumentam a distância social e agudizam os imaginários negativos. Precisamos de cidades com lugares onde as pessoas possam se encontrar e conviver para criar. Rio pode ser uma das espécies desse tipo de cidade, uma "Labor-Rio" onde a experimentação social acompanhe o crescimento da economia, aproveitando a existência de um estado de espírito receptivo às mudanças nos cidadãos. Rio lugar de encontros e inovação social pode ser esse laboratório do qual surja uma contribuição específica da cidade para um mundo melhor, mais amável, habitável e sustentável, cheio de energia e entusiasmo pela vida em todas as suas manifestações. Jorge Mario Jáuregui |