Os eventos da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olimpícos em 2016 podem ser um presente de grego do Rio de Janeiro. Para que isso não ocorra é necessário:

1- mobilização da sociedade debatendo o que ela quer em termos de reorganização socio-espacial da cidade;
2- elaboração de projetos urbanísticos, paisagísticos e arquitetônicos de alta qualidade;
3- campanha educativa promovendo a conscientização cívica dos habitantes da cidade e sua responsabilidade na qualificação do espaço público;
4- poder público e cidadania indo na mesma direção através da mobilização da inteligência social;
5- pensar e atuar desde a lógica regional, articulando o local e o global; os interesses específicos de determinadas áreas do território urbano, com o interesse geral da cidade. A escala metropolitana, com a "escala de vida".

O que seria desejável para o Rio pós-olimpíadas?

1- a baía, as lagoas e os rios despoluídos e as favelas urbanizadas e arborizadas;
2- a cidade devidamente interconectada garantizando a mobilidade de todos os cidadãos;
3- a cidade segura e organizada, para usufruto de todos os habitantes;
4- a cidade do cidadão bem comportado no trânsito, com um transporte público amável e eficiente;
5- a cidade sem partição (entre privilegiados e excluídos dos benefícios da urbanidade); uma cidade vivível em melhores condições para todos. Uma cidade mais amável, habitável (não só na "Zona Sul") e sustentável.

Em síntese, que os investimentos possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos os seus habitantes e para a valorização do patrimônio urbanístico, arquitetônico e paisagístico através das intervenções.

Jorge Mario Jáuregui