Para enfrentar reflexões propedêuticas que visam individuar estratégias e orientações para requalificar a “cittá diffusa”, a cidade espalhada, é primeiramente necessário definir o conceito de cittá diffusa, que nos debates e na literatura, até não especializada, é usado para termos similares ou com muitas caraterísticas comuns: o sprawl urbano é um termo de origem inglês que aponta o crescimento rápido e desordenado de uma área metropolitana, este fenômeno acontece na maioria dos casos nas áreas periféricas. As “villettopoli” (L. Cervellati), ‘‘casinhopolis’’ se referem à tipologia predominante que caracteriza os lotes construídos ‘’abusivamente’’ nas periferias, em fim a cittá diffusa de verdade (F. Indovina) é a que cresce ocupando todos os espaços, como um metal fundido se expande enchendo as dobraduras de um molde. A cittá diffusa é o resultado de ações individuais, sem grandes loteamentos nem especulações ou interesses imobiliários. A cittá diffusa cresce por etapas, fragmentariamente, comendo em lugar de devorar o território, cada um dono da suas próprias obras. Nesta hora do desenvolvimento da humanidade é exigido, sendo arquitetos que atuam no espaço, ter consciência e conhecimento das responsabilidades diretas e indiretas pelo que acontece, respeito á degradação do ambiente por casa da expansão da cittá diffusa, a participação acrítica já tem prejudicado a credibilidade cultural e social da nossa educação cientifica e operacional. Na especificidade dos aglomerados informais da periferia romana os problemas que nos concernem, como atores do projeto de requalificação ambiental e eco eficiente, são problemas que questionam o modelo de desenvolvimento forçado por leis constritivas e coativas, e, em relação ao aumento de processos de degrado ambiental, mostram que seria necessário que os projetistas assumissem posições éticas e pragmáticas para ser capazes de guiar, intervir e participar no processo de juntar, conectar e relacionar as infraestruturas e as construções necessárias para realizar uma forma urbana de qualidade, energeticamente eficiente, capaz de dialogar no ambiente, sem impactos negativos. Mostrando um caminho virtuoso no sentido de uma arquitetura que visa perseguir o melhor rendimento energético e de uso dos recursos renováveis, com o objetivo de enriquecer o ambiente natural e antrópico e na conquista de comfort para as atividades humanas, com os recursos necessários e qualidade ambiental. As tentativas passadas de enfrentar os problemas da cittá diffusa, desprovida de redes infraestruturais, acostumada a gastar insensatamente recursos energéticos, com a consequente poluição do ar, das aguas e da terra, acabaram piorando os problemas já existentes. Na lista dos problemas vão se adicionar o uso de matérias e tecnologias construtivas ruins para o ambiente, que com os mesmos recursos econômicos seria possível substituir com outros mais sustentáveis. Dada uma definição de cittá diffusa,o segundo objetivo da pesquisa foi a tentativa de associar os demais temas a elas ligados, sintetizados em:
Consequentemente estes temas foram explorados em casos estudos específicos selecionados em relação de algumas variáveis:
O terceiro objetivo, depois ter reconhecido conceitualmente a cittá diffusa, foi de verificar como em cada variável intervêm alguns fatores que de acordo com a literatura atual indistintamente caracterizam todos os assentamentos informais:
Uma analise especifica realizada para os casos estudo de La Storta, Radicelli, Torraccio e Cava Paci, no município de Roma, permitiu de avaliar especificamente as diferentes realidades e como, em cada caso, os aspetos negativos apareceram; mostrando no mesmo tempo como em alguns assentamentos mais antigos não se estabeleceram efeitos tão negativos e, ao contrario, aconteceram efeitos positivos que protegeram ao menos parcialmente a cittá diffusa de alguns problemas que se verificaram na cidade compacta. É importante procurar uma nova identidade em conjunto com o ‘‘construtor anonimo’’ das arquiteturas abusivas, que ajude o arquiteto a dar uma resposta pertinente e flexivel para as questões economicas, tecnologicas e ambientais do morar, uma resposta que seja determinante para ativar um processo justo de requalificação e desenvolvimento urbano baseado sobre uma forma de planejamento aberta. Os problemas elencados anteriormente mostram a fraqueza e o pudor da arquitetura no enfrentar o desafio da arquitetura informal, surge a duvida de quanto os arquitetos teriam a capacidade de melhorar a qualidade da cittá diffusa, lugar de múltiplas decisões, onde falta uma visão comum, que sempre no passado foram reguladas por projetos burocráticos a posteriori. A intervenção necessária é então a introdução de uma projetação tecnológica que consiga pelo meio de cenários lógicos produzir qualidade e eco eficiência. Como resultado do que falado até aqui, o ultimo e mais audacioso objetivo seria o de definir, em virtude do maior conhecimento devido ao estudo especifico da realidade, um sistema de regras e instrumentos de intervenção, específicos para algumas áreas, para combater a propensão ao gasto de recursos materiais e imateriais, estimulando um uso mais equilibrado do território e da energia, que possa depois ser exportado, como sugestão conceptual e metodológica para outros assentamentos, até muito diferentes. Os elementos do processo do projeto que visa regular a construção de estruturas físico-espaciais são múltiplos, muitas vezes contrastantes e complexos. A gestão eficiente e eficaz deste processo pelo arquiteto, que direciona importantes mudanças econômicas e sociais, auspicia um modelo ambiental, global, que consiga ampliar conhecimentos específicos. Uma inovação das metodologias dos procedimentos e dos instrumentos técnicos a serem utilizados nos processos de projetação das diferentes camadas do habitat antrópico e natural, se põe numa relação dialética, conceptual- e operativamente integrada entre duas áreas de estudo: primeira área a dos comportamentos humanos no espaço habitado, pessoal- e coletivamente, procurando de entender a dimensão econômica, ética e cultural das relações entre os indivíduos e a sociedade com referência a formação e a evolução histórica de modelos espaciais e formais das cidades e aos valores estéticos da arquitetura e de come é fruída pelas pessoas. Outra área de estudo a de enquadrar por dentro dos objetivos de sustentabilidade e meio-ambiente os processos de transformação dos assentamentos informais, dos princípios e das teorias cientificas e das tecnologias analisadas, avaliando os processos de produção e gestão, de organização e construção de infraestrutura e habitações a reduzido impacto ambiental, aplicando sistemas apropriados em relação à natureza, recursos locais e reais possibilidade de gerir tais sistemas. Para definir objetivamente, mas não arbitrariamente, as categorias que definem o processo de projetação e solucionar os problemas metodológicos e operacionais, a pesquisa foi realizada por diretrizes e regras de sustentabilidade. As primeiras organizaram a pesquisa em relação ao contesto geográfico e macro ambiental, localização, programa tecnológico e factibilidade econômica, possíveis resultados sociais, tendo como referências casos similares, paragonando por realidade histórica e social. As segundas, as regras que definiram as categorias do processo de projeto, foram regras de eco eficiência, sustentabilidade e economia de realização, gestão e desmantelamento, com garantia de boa durabilidade e manutenção. Para entender os casos similares, reais e simulados, foram experimentadas varias abordagens : analise da tipôlgia e morfologia, repercussão deles sobre a paisagem, com cuidado de procurar exemplos variegados : expansão a cima de areas fortemente paisagisticas, nucléos recem fondados, densificação ao longo de vias de comunicação ecc.. A mal qualidade das costruções é a primeira carateristica a sobressaltar, mas o problema é estruturalmente complexo : a forma urbana confusa, processos de costrução totalmente casuais e falta de um texido definido. Logo um dos objetivos finais foi o de fazer simulações para entender quais poderiam ser os resultados em casos de expansão e densificação eficiente nestas realidades. Concluindo, o objetivo de melhorar a forma urbana, também numa perspectiva de sustentabilidade, é viável através de muitas estratégias flexíveis e adaptáveis, requalificando o existente, em particular na relação centro-periferia, nos aspetos formais e tipológicos e nos assuntos de eco eficiência do já construído. Criando uma ligação entre os aspectos territoriais e locais, a projetação urbanística, ambiental e urbana e a intervenção arquitetônica com o objetivo de melhorar a qualidade e a eco eficiência do ambiente construído, baseado numa ação voluntaria, sem impor regras ou normas, mas orientando sobre instrumentos urbanísticos e organização das etapas de transformação com a criação de órgãos específicos para enfrentar a complexidade dos problemas. Traduzido de Salvatore Dierna por Naima Manfré |