Como novamente mostraram os acontecimentos do Rio, o tratamento policial das favelas, só produz mais revolta e é um obstáculo à constituição de uma abordagem social das carências das comunidades pobres da cidade, que representa em torno de 20% dos domicílios. A violência da repressão policial indiscriminada é o reverso da inconstância de políticas públicas abrangentes, capazes de transformar as favelas em bairros populares dotados de espaços públicos, equipamentos urbanos de qualidade, infraestrutura e boas condições de habitabilidade. Falta inteligência social no tratamento da questão sócio-espacial das favelas cariocas. Esta nota escrita ao calor da indignação das últimas mortes insiste na necessidade de articular as questões físicas e as questões sociais, com as políticas de segurança cidadã de maneira civilizada e menos esquizofrênica. Jorge Mario Jáuregui |