Eco-Bairros / Sustentabilidade |
O porvir da habitação de interesse social |
Français
O conceito de eco-bairro implica a busca de inserção urbanística e social através da requalificação do território, mediante edificações eco-sustentáveis, articuladas a um espaço público qualificado, garantindo acessibilidade física e comunicacional para todos.
O projeto de eco-bairro se coloca um passo à frente na abordagem territorial e de comunidades sustentáveis, na política de cidades.
A concepção do eco-bairro compreende um amplo leque de questões que vão desde o planejamento urbano estratégico eco-eficiente (manejo adequado dos recursos econômicos, físicos e humanos), as escolhas dos sistemas para redução do consumo energético e a articulação com sistemas de transporte público de qualidade não poluentes, até a escolha dos materiais (garantindo máxima auto-conservação e utilização de materiais encontrados num raio de 50 Km, visando a diminuição da produção de gases oriundos do transporte), a incorporação de ruas arborizadas e espaços públicos paisagisticamente concebidos, e a coleta seletiva do lixo.
Dependendo do número de habitantes que formarão parte dos diferentes eco-bairros, poderão ser previstas plantas de reciclagem de lixo e de tratamento de esgoto doméstico.
O projeto deverá visar a boa localização das edificações em relação ao sol (sombreamento das fachadas, ventilação cruzada e máxima iluminação dos ambientes de acordo com as funções, com o objetivo de reduzir o consumo de energia). O que exige articular cuidadosamente avanços tecnológicos, qualidade do design arquitetônico e urbanístico, reciclagem de técnicas e materiais, educação ambiental, e conscientização do cidadão.
A noção de eco-bairro implica relacionar consistentemente o projeto de uma arquitetura durável e adaptável (concebendo unidades residenciais com capacidade de expansão controlada), com um eficiente sistema de transporte e mobilidade interno conectado ao sistema de transporte urbano da cidade. Exige ao mesmo tempo conceber as cidades como lócus da luta contra o mau uso dos recursos, humanos e materiais, e contra as emissões mundiais de CO2.
O desafio consiste na obtenção de áreas de entorno estimulantes para a vida associativa mediante edificações menos consumidoras de energia, que visem a diminuição da responsabilidade das construções no efeito estufa, gerando alta qualidade ambiental.
Um conjunto de medidas de economia de energia inter-atuam e complementam um isolamento térmico eficaz; o uso de espaços tampão e de jardins são elementos ecológicos tanto quanto as infra-estruturas (captação de água da chuva e de energia solar, bem como sistema de ventilação que permite alcançar conforto térmico com menor consumo de energia).
Pensar e projetar agrupamentos residenciais mistos, onde convivam harmoniosamente residência, trabalho, serviços, equipamentos culturais e espaços coletivos, incluindo adequada relação entre massa verde e massa construída, exige responder às seguintes questões:
- des-cobrir o "genius loci ecológico" de cada cidade, de cada setor urbano e de cada bairro;
- considerar nos projetos de maneira integrada, a relação entre genética urbana, moradia evolutiva e ecogênese;
- construir edificações eco-eficientes;
- estímulo social e institucional para uma arquitetura e um urbanismo de investigação sobre o modo de organização de espaços, utilização de materiais e técnicas construtivas, composição dos volumes (articulação volumétrica), e a imbricação entre forma e tecnologia, para a obtenção de uma obra multiplamente articulada;
- re-evolucionar o conceito de habitação de “interesse social”, superando definitivamente o tipo de “blocos” negativos construídos pelos programas habitacionais oficiais desde os anos 60;
- estimular desde os organismos públicos, a oferta de uma arquitetura e de uma estruturação urbana a diferentes escalas (pequena, média, grande e territorial); promover uma arquitetura com DNA urbano, que faça o nexo entre o quarteirão, o bairro e a cidade;
- oferecer um seguimento (monitoração) por cinco anos, realizando avaliações periódicas e entrevistas com os usuários, com o objetivo de elaborar as correções, adaptações e ajustes que forem necessários;
- projetar espaços que possam ser apropriados, complementados e expandidos de maneira organizada pelos seus ocupantes (o número de ambientes e as varandas, terraços, jardins interiores e pátios, divisões internas, acabamentos, mobiliário, etc);
- considerar as interrelações entre os aspectos urbanísticos (configuração da dimensão pública da vida privada), arquitetônicos (variação na repetição), ambientais (materialização de entornos onde natureza e artifício convivam de maneira harmoniosa) e paisagísticos (constituição de agrupamentos não monótonos e previsíveis, onde a componente vegetal esteja estruturalmente incorporada);
- buscar a confluência de democracia popular participativa, economia verde, e espaço público e arquitetura de qualidade.
Jorge Mario Jáuregui
ÉCO-QUARTIER
L'avenir de l'habitat d'intérêt social
Le concept d’éco-quartier implique la recherche de l'insertion urbanistique et sociale, à travers la requalification du territoire par des constructions éco-durables, articulées à un espace public qualifié, garantissant l'accessibilité physique et communicationnelle pour tous.
Le projet d'éco-quartier se place un pas en avant dans l'approche territoriale et des communautés durables, dans la politique des villes.
L'approche de l'éco-quartier couvre un large champs de questions qui vont de la planification urbaine aux écoles de systèmes hydroliques et de génération d'énergie solaire, depuis l'école des matériaux (garantissant l'auto-conservation maximale et l'utilisation de matériaux rencontrés dans un rayon de 50 km, visant la diminution de la production de gaz émis des transports), l'incorporation de rues arborées et d'espaces publics paysagistiquement conçus, et la collecte sélective des déchets.
Selon le nombre d'habitants qui formeront les différents éco-quartiers, pourront être prévus des plantes participant au recyclage des déchets et au traitement d'égout domestique.
Le projet devra viser une bonne localisation des édifications par rapport au soleil (ombrage des façades, ventilation croisée et un maximun d'éclairage ambiant selon les fonctions, avec pour objectif de réduire la consommation d'énergie). Ceci exige alors d'articuler attentivement les avancées technologiques, la qualité du design architectural et urbanistique, le recyclage des techniques et des matériaux, l'éducation environnementale, et la sensibilisation des cidadins.
La notion d'éco-quartier implique de lier consciencieusement le projet à une architecture durable et adaptable (conception d'unités résidentielles avec capacité d'expansion contrôlée), avec un système efficace de transport et de mobilité interne connecté au système de transport urbain de la ville. Il nécessite en même temps de concevoir des villes comme lieu de lutte contre la mauvaise utilisation des ressources, humaines et matérielles, et contre les émissions mondiales de CO2.
Le défi consiste à obtenir des secteurs de la ville stimulants pour une vie associative et des bâtiments moins consommateurs d’énergie, qui visent la diminution des constructions responsables de l’effet de serre, générant en même temps une haute qualité environnementale.
Un ensemble de mesures d’économie d’énergie interagissent et complémentent un isolement thermique efficace ; l’utilisation d’espaces intermédiaires et de jardins sont des éléments écologiques autant que les infra-structures ( capture d’eau de pluie, d’énergies solaire et éolienne, aussi bien que les systèmes de ventilation qui permettent d’étendre le confort thermique avec faible consommation d’énergie).
Penser et projeter des groupements résidentiels mixtes, où cohabitent harmonieusement résidence, travail, services, équipements culturels et espaces collectifs, incluant l’adéquate relation entre masse verte et masse construite, exige de répondre aux questions suivantes:
- Découvrir le «lieu de génie écologique» de chaque ville, de chaque secteur urbain et de chaque quartier;
- Considérer nos projets de manière intégrée, une relation entre génétique urbaine, logement évolutif et écogénèse;
- Construire des édifices écologiquement efficaces;
- Stimulus social et institutionnel pour une architecture et un urbanisme de recherche sur le mode d’organisation des espaces, l’utilisation de matériaux et techniques constructives, articulation volumétrique, et l’imbrication entre forme et technologie, pour l’obtention d’une oeuvre multi-articulé;
- Révolutionner le concept d’habitation «d’ intérêt social», en surpassant définitivement le type de « îlots » négatifs construits par des programmes habitacionnels officiels depuis les années 60, en offrant densité et compacité, ainsi que qualité;
- Stimuler depuis les organismes publiques l’offre d’une structuration urbaine à différentes échelles (petite, moyenne, grande et territoriale) ; promouvoir une architecture avec ADN urbain, qui fasse le lien entre le l’îlot (manzana), le quartier et la ville;
- Offrir un monitorat pour une durée de cinq ans, réalisant des évaluations périodiques et entrevues avec les usagers, ayant pour objectif d’élaborer les corrections, les adaptations et ajustements qui s’aviseront nécessaires;
- Projeter des espaces qui puissent être appropriés, complémentés et étendus de manière organisée pour leurs occupants (le nombre de pièces, de vérandas, terraces, jardins intérieurs et patios, divisions internes, finitions, mobilier, etc);
- Considérer les inter-relations entre les aspects urbanistiques (configuration de la dimention publique de la vie privée), architectoniques (variation dans la répétition), environementaux (matérialisation de milieux où la nature et l’artificiel cohabitent de manière harmonieuse) et paysagistiques (constitution de groupements non monotones et prévisibles, où la composante végétale serait structurellement incorporée);
- Chercher la confluence de la démocratie populaire participative, de l’économie verte, de l’espace publique et de l’architecture de qualité.
Jorge Mario Jáuregui
Traduit par Laura Croisy
|